sexta-feira, 1 de julho de 2011

Intermediações, talheres e desnecessidades!


O grande espetáculo reflexivo de hoje. Planejado a umas duas metades de séculos mais ou menos. Não sabia que ainda encenava tão bem, com tamanha maestria. Foram espectadores paredes seculares, tacos de assoalho e os distintos talheres. Todos dispostos em seus devidos lugares, se iniciou a degustação de afiadas palavras. Palavras atravessadas, atravessáveis.
Incrível como num pequeno espaço de tempo tantas informações soaram e morreram, também, na mesma intensidade. Tantos espaços verbais a serem ocupados. Uns quietos, outros calados e outros, pasmem, mudos! Nos diálogos menos anormais as palavras costumam voar grávidas de sentidos. Cruzando falares e entendimentos, gerando toda a sorte de expressões. Desta vez não. Toda a aridez da cena desembocava em apenas um tipo de postura. Não quero comentá-la.
Mas eu não fui o grande mentor da cena. Me convidaram para compor a mesa. Fui, devia ir!  
Olhares, meias palavras e águas que rolavam por dentro, para todos os lados inclusive para cima. Um imenso jogo mortal em que cada uma das sílabas dançava no ar, dotada de toneladas de venenos. Risos brilhantes, olhos largos e convidativos. Cada um se construindo de espelhos, refletindo todas as naturezas e possibilidades dos Eus alheios. Que belo espetáculo, e triste também. Os aplausos circunscreveram-se ao trincar dos talheres, e das almas por assim (saber) ser.
Mas mainha estava certa, e sempre esteve: “Pare de ser tão dramático menino!”

(Augustu, 15.06.2011_16:20 hs)   
   

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