domingo, 1 de maio de 2011

Tardes de estanho, almas timbradas e os tijolos redondos e envidraçados! ( A L.)


Acaba sendo necessário agora as produções nesta perspectiva. Tem de sair de alguma forma.
Não há muito em mim agora para assumir a regência das palavras e não me responsabilizo mais por suas navegações nos ácidos mares de cá. Lavo minhas mãos nos setores mais íntimos e obscuros de minha memória para extrair de vez todos os possíveis resquícios de você que ainda persistem em me fazer minar os olhos. Cada corpo formado pelas minhas/suas presenças desfeitas levantasse formando um imenso e escuro exército. E as formas criadas não são nem um pouco angelicais.
Rumo certo, objetivo traçado. Não há muito o que se pensar agora. Não há absolutamente nada para salvar nesta brincadeira. Já me esfacelei mesmo, voluntária e involuntariamente, e cada pedaço que caiu no chão não germinou (ao menos nesta tarde!) nada digno de lembrança. A cada pedaço arrancado por cada um de seus golpes forma agora um corpo agonizante, que abre os cegos olhos visualizando apenas os seus sonhos. Seus lindos e travados sonhos. Sem coração? É, sem coração. Desejo agora pisar no seu e esmagar qualquer possibilidade de sorriso de seus interiores.
Nem imaginas agora todas as conjugações de noites e escuros que encobre os céus de meu mundo acinzentando todas as construções e etc. Se você soubesse todas as competências e instrumentalizações que passam pela minha cabeça para tratar das únicas coisas dignas que ainda tens aí dentro sua alma secaria só de pensar. De imaginar as possibilidades das potencialidades de minha alma numa angustiante e barata tarde de estanho.
Meus mares são ácidos também por influência de lá, influência sua. Não se constrói mares sozinho. Rios de lá e de cá unem-se num mesmo propósito, imenso propósito. E não estou lhe responsabilizando por absolutamente nada. Só acho que as vezes todas as peças devem ir para os seus devidos lugares afinal, como já disse em outros momentos, nem todo jogo é de dama!
 Você sempre foi tão irresponsável, tão ridículo a ponto de se imaginar sempre no domínio das minhas águas. Idiota, te afogaria e sufocaria até a morte apenas com um singelo sorriso lateral. A outra face nunca saberia disso. Sorriso fingido; são até permitidas as confissões agora, só algumas também.
Mas não me interesso por mortes exteriores e carnais. Gostaria de te matar vivamente. Sentir você queimando docemente, delicadamente ao som das palavras, da mesma forma como aconteceu comigo. As vezes fica difícil reconhecer que já passei por esta ardência verbal. E até que não saí dela. Mas agora nem há muito o que se pensar, o que evitar, o que se preocupar. A não ser em aumentar a força no momento de torção de seus ossos. Do ossuário de seus pensamentos até você derramar a última gota de sorriso que se esconde nos olhos de sua alma. Acho que tenho competência para aumentar minhas capacidades neste sentido. E nem se atreva a tentar me recriminar neste momento. Estas linhas são apenas as primeiras, e espero que as últimas, das que nunca foram lidas.
É difícil para mim perceber os erros ao trilhar seu caminho. É difícil perceber que o que falas é uma farça e que não fui eu que pisei na íris dos teus sonhos, apesar de desejar este posto agora ardentemente. Me destes um mapa lembra? E os passos nos pântanos estavam lá, todos premeditados! Esta é uma das minhas garantias. Suas intenções também não eram as melhores e me colocastes com tanta satisfação nas celas de tua indiferença. Muito bem, apesar de saber que as fôrmas quadradas pariram tijolos redondos e de vidro, eu ainda te aconselho uma coisa: feche os olhos e ouvidos ao passar nos paralelos de meus caminhos. Um riso meu apenas, só um riso lateral meu ... 
Minhas lágrimas terão uma serventia então: ferver seus sonhos, ferver você por inteiro!


(Só mais uma coisa, para invalidar por completo todos os Felipes que ainda caminham por aí: “Antes de machucar um coração, saiba que vc pode estar dentro dele” [Fonte barata!])   



(Augustu, 01.05.2011_16:00 hs)

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