13
de outubro. 1:05 da madrugada.
Já
era tarde. Quase tão tarde a ponto de eu não acreditar que pudesse chegar mais
ninguém. Fechado. Eu já estava quase convencido de que não valeria mais a pena
me expor tanto. Não valeria a pena provocar mais choro, nem o fingimento dele.
Enfim, não existia mais coração. Nem mesmo uma pedra com este formato.
Tudo
aconteceu. Talvez a séculos já estivesse premeditado, pelas profecias de algum
místico. Foi incrível, é incrível. Ver ele chegando como um rio. Tomando tudo.
Arrancando as pedras, as árvores centenárias. Drenando toda uma vida de
pântanos, e se estabelecendo.
Por
um lado, algumas barreiras tentaram se desenhar. Algumas do tipo:
“Eu durmo demais, sou viciado em café. Sou
birrento, pareço criança para tomar banho, não quero ir, mas quando vou, custo
a sair do chuveiro. Hum, gosto de ler, mas tenho preguiça de digitar, acentuar,
e tal...”
Mas você
acha realmente que numa altura dessas, depois de ver o meu coração ser
pisoteado repetidamente, eu iria me importar?
Dorme
demais? Seria um imenso prazer, para mim, ter a honra de te ver dormir.
Viciado
em café? Meu único lamento é não saber fazê-lo. O que não me impede de dedicar
meus dias inteiramente a aprender. Principalmente se for a teu lado.
Birrento,
como criança para tomar banho? Seria também um imenso prazer te oferecer meu
colo e afagos. (E quanto ao não querer sair do chuveiro/colo, nada me seria
mais extasiante!)
Gosta de
ler? (RS) Nem comento! Eu me faria um imenso livro. Talvez a temática fosse
irrelevante, mas seria um.
Ainda, para
coroar, existiu a deixa:
“Mas
se quiser me dar a mão, eu posso tentar reverter isso.”
Preciso
teorizar mais? Ah, estes seriam os trabalhos de 60 anos? Eu, já seu, aceito.
Com a maior satisfação, e prazer, que possa existir.
(Augustu, 12.11.2012_17:03hs)
Nenhum comentário:
Postar um comentário