terça-feira, 22 de março de 2011

Salgado pessimismo.


Há! As coisas salgadas. Vive-se a tantos e tantos séculos cultivando doces possibilidades. Grandes jardins e jardinagens cheios de claridades. Botões e flores de luzes. Nunca se compreendendo que são doces, mas na maioria não passam de possibilidades! As verdades geralmente são salgadas. Cruzam o céu da íris lentamente, letalmente. Colocam-se para fora com grande facilidade. Tanta coisa a se esconder, doces esconderijos. Mas a exposição, mesmo que mínima se exterioriza de forma inevitável. Transforma toda a atmosfera pesando, escurecendo, empretecendo, entristecendo.
E sai. Saí sim... Escorrendo por entre alguns vales, carregando as lembranças, os pedaços dos bons dias, das Boas Noites. As acontecidas e principalmente as não acontecidas, os não-ocorridos. Em outras palavras: o imaginado, fantasiado, o iludido. Eu iludido. Eu, possibilidade. Arrasta com toda a força tudo para fora... Dissolve tudo, todos, todo. Enfim chega ao seu destino final, tudo tem um destino final. Tudo desemboca em algum lugar, em algum lugar/alguém! A diferença é a duração, nada mais. Ilusões de eternidade, só ilusões. A parte pior é quando toda esta correnteza finaliza sua vida, sua jornada. Desemboca onde outrora muitas coisas se iniciaram. Enfim. São salgadas, as lágrimas são salgadas! E correm deliciosamente para dentro. Da íris para o espelho. E finda a jornada.

(Augustu, 22.03.2011_ 22:01 hs)

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